segunda-feira, 14 de maio de 2018

CALA A BOCA JÁ MORREU!

As crianças do CEI Almerinda de Albuquerque iniciaram, hoje, as experiências do projeto Cala a Boca já Morreu! 


1.      IDENTIFICAÇÃO

Projeto: Cala a Boca já Morreu!

Período: 14/05/2018 a 15/06/2018

Grupos Envolvidos: Crianças, educadoras e pais do CEI Almerinda de Albuquerque


2.      JUSTIFICATIVA

A ligação entre os aspectos cognitivos e os aspectos afetivos é objeto de estudo de vários teóricos da educação. Segundo Vygotsky (2000), as dimensões do afeto e da cognição estão, desde cedo, dialeticamente relacionadas no desenvolvimento da criança. Para ele, o repertório cultural e as interações com outras pessoas também representam fatores imprescindíveis para a compreensão dos processos envolvidos na construção do conhecimento. Wallon (2007) defende que um ambiente afetivo pode auxiliar positivamente o desenvolvimento cognitivo do indivíduo. De acordo com Piaget (1980), toda conduta possui um aspecto afetivo (energético) e estrutural (cognitivo) e esses elementos estão envolvidos na construção da competência moral do sujeito.
As práticas pedagógicas do CEI Almerinda de Albuquerque procuram superar a dicotomia entre afetividade e cognição e, sendo assim, as interações são a base do trabalho da unidade. As atividades desenvolvidas, ligadas ao cuidar e ao educar, demandam grande energia afetiva a fim de estabelecer vínculos com as crianças e seus familiares. A discussão acerca desse tema costuma permear os encontros da equipe pedagógica, vez que tentamos oferecer um ambiente marcado pela ética e pelo respeito ao outro.
Em recente reunião, a regente do Infantil 2, Carla Mendonça, comentou o tratamento cortês de algumas  crianças, que usavam as “palavras mágicas” com frequência e se mostravam afetuosas e solidárias com o grupo. No entanto, esse comportamento não era extensivo ao restante da turma. O relato das educadoras Lidya da Penha, Leidiane Costa e Manuela Nepomuceno apontavam que a utilização de atitudes corporais para resolver conflitos ainda era frequente em seus grupos. A teoria do desenvolvimento moral de Piaget nos ajudou na reflexão sobre o assunto. Ficou claro para nós que era possível melhorar a qualidade das relações afetivas estabelecidas no centro. Assim nasceu o projeto Cala a Boca já Morreu.

3.      OBJETIVO GERAL

● Levar a criança a vivenciar situações de interação com colegas, educadores e familiares, estabelecendo relações afetivas saudáveis.

3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Levar a criança a:

·         Utilizar a linguagem oral para expressar sentimentos e opiniões, abandonando, gradativamente, as atitudes corporais durante os conflitos.
·         Perceber as mudanças em seu rosto/corpo em situações de raiva/frustração/tristeza/alegria etc.
·    Incorporar ao vocabulário palavras e expressões corteses (Bom dia!, Boa tarde!, Desculpe!, Obrigado!, Por favor!, Com licença!...), usando-as nas situações adequadas.
·         Conhecer e respeitar os combinados da sala e as regrinhas simples do convívio social.
·         Desenvolver atitudes de cuidado consigo mesma, elevando a autoestima.
·         Vivenciar momentos de cuidado com o outro e com a natureza.  


4.      EXPERIÊNCIAS

Durante o desenvolvimento do projeto serão garantidas às crianças experiências que:

·     Promovam o conhecimento de si por meio da ampliação das experiências sensoriais, expressivas e corporais e da expressão da individualidade.
·    Ampliem a confiança e a participação nas atividades individuais e coletivas.
·   Promovam a interação das crianças com diversificadas manifestações de música, cinema, teatro, poesia e literatura.
·   Possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e de interação com a linguagem oral e escrita, e o convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e escritos.
·  Favoreçam a imersão nas diferentes linguagens e o progressivo domínio das várias formas das expressões gestual, verbal, plástica e musical.

5.      ESTRATÉGIAS

·    Envio de bilhetinho aos pais, informando sobre o projeto e solicitando colaboração nas ações desenvolvidas.
·         Rodas de conversa sobre gentileza, com apoio de gravuras, fantoches e outros materiais.
·         Montagem de painel com regrinhas de convivência.
·         Brincadeiras (Dado das Emoções, Ursinho, Tartaruga Cooperativa, Coelho na Toca, Salve-me com um abraço, Enrosca, desenrosca, Dança da Laranja, Embaixo do Guarda-Chuva, Dinâmica do Abraço, Passeio da Centopeia, Trenzinho, Pula Pipoca, Corrida dos três pés, Dança das Cadeiras Cooperativa, Corrida dos Garçons, Espelho, ...) 
·         Exibição de vídeos
·         Audição de músicas instrumentais
·         Narrativa de histórias (Coleção Palavras Mágicas, Fiquei Zangada, Um amor de Família,  A Linda Amizade de Lica e o Pardal, A Galinha Fofoqueira, Abença, Vovó!, Menina Bonita do Laço de Fita, Rita, não Grita!,  A Colcha de Retalhos, Adivinha Quanto eu te Amo, Aprendo com meus Amigos, O Principezinho Malcriado, Chá das dez, Lindo Jardim, O Livro dos Sorrisos, Os Dez Amigos...) 
·         Massagem relaxante ao som de músicas suaves
·         Brincadeiras de faz de conta  (Salão de Beleza, Casinha, Balançando as Bonecas...)
·         Produção de desenho/pintura livre (em duplas, em trios...)
·         Dramatizações
·         Atividades de sensibilização frente ao espelho
·         Vivências coletivas (banhos de piscina, cinema, teatro, contações de histórias)
·         Cuidados com o jardim e pequenos animais
·         Envio de sacola com boneca/bichinho de pelúcia à casa das crianças para que brinquem om os pais/familiares.

6. AVALIAÇÃO

Parecer descritivo das educadoras sobre a evolução das crianças no que diz respeito à qualidade das interações com o grupo e ao desenvolvimento da expressão oral. Os registros (escritos e imagéticos) deverão acontecer durante todo o projeto.

REFERÊNCIAS      
                                                                                                          
BRASIL. Resolução Nº 5. Conselho Nacional de Educação. Câmara da Educação Básica. Brasília, 2009.
PIAGET, J. Psicologia e Epistemologia. Rio de Janeiro: Florense, 1980.
______. O Juízo Moral da Criança. São Paulo: Summus, 1994.
WALLON, H. A Evolução Psicológica da Criança. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

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