As crianças do CEI Almerinda de Albuquerque iniciaram, hoje, as experiências do projeto Cala a Boca já Morreu!
1. IDENTIFICAÇÃO
Projeto: Cala a Boca já Morreu!
Período: 14/05/2018
a 15/06/2018
Grupos Envolvidos:
Crianças, educadoras
e pais do CEI Almerinda de Albuquerque
2. JUSTIFICATIVA
A
ligação entre os aspectos cognitivos e os aspectos afetivos é objeto de estudo
de vários teóricos da educação. Segundo Vygotsky (2000), as dimensões do afeto
e da cognição estão, desde cedo, dialeticamente relacionadas no desenvolvimento
da criança. Para ele, o repertório cultural e as interações com outras pessoas
também representam fatores imprescindíveis para a compreensão dos processos
envolvidos na construção do conhecimento. Wallon (2007) defende que um ambiente
afetivo pode auxiliar positivamente o desenvolvimento cognitivo do indivíduo.
De acordo com Piaget (1980), toda conduta possui um aspecto afetivo
(energético) e estrutural (cognitivo) e esses elementos estão envolvidos na
construção da competência moral do sujeito.
As
práticas pedagógicas do CEI Almerinda de Albuquerque procuram superar a
dicotomia entre afetividade e cognição e, sendo assim, as interações são a base
do trabalho da unidade. As atividades desenvolvidas, ligadas ao cuidar e ao educar,
demandam grande energia afetiva a fim de estabelecer vínculos com as crianças e
seus familiares. A discussão acerca desse tema costuma permear os encontros da
equipe pedagógica, vez que tentamos oferecer um ambiente marcado pela ética e
pelo respeito ao outro.
Em
recente reunião, a regente do Infantil 2, Carla Mendonça, comentou o tratamento
cortês de algumas crianças, que usavam
as “palavras mágicas” com frequência e se mostravam afetuosas e solidárias com
o grupo. No entanto, esse comportamento não era extensivo ao restante da turma.
O relato das educadoras Lidya da Penha, Leidiane Costa e Manuela Nepomuceno
apontavam que a utilização de atitudes corporais para resolver conflitos ainda
era frequente em seus grupos. A teoria do desenvolvimento moral de Piaget nos
ajudou na reflexão sobre o assunto. Ficou claro para nós que era possível
melhorar a qualidade das relações afetivas estabelecidas no centro. Assim
nasceu o projeto Cala a Boca já Morreu.
3. OBJETIVO
GERAL
● Levar
a criança a vivenciar situações de interação com colegas, educadores e
familiares, estabelecendo relações afetivas saudáveis.
3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Levar a criança a:
·
Utilizar a linguagem oral
para expressar sentimentos e opiniões, abandonando, gradativamente, as atitudes
corporais durante os conflitos.
·
Perceber as mudanças em
seu rosto/corpo em situações de raiva/frustração/tristeza/alegria etc.
· Incorporar ao vocabulário
palavras e expressões corteses (Bom dia!, Boa tarde!, Desculpe!, Obrigado!, Por
favor!, Com licença!...), usando-as nas situações adequadas.
·
Conhecer e respeitar os
combinados da sala e as regrinhas simples do convívio social.
·
Desenvolver atitudes de
cuidado consigo mesma, elevando a autoestima.
·
Vivenciar momentos de
cuidado com o outro e com a natureza.
4.
EXPERIÊNCIAS
Durante o desenvolvimento do projeto serão
garantidas às crianças experiências que:
· Promovam o conhecimento
de si por meio da ampliação das experiências sensoriais, expressivas e
corporais e da expressão da individualidade.
· Ampliem a confiança e a
participação nas atividades individuais e coletivas.
· Promovam a interação das
crianças com diversificadas manifestações de música, cinema, teatro, poesia e literatura.
· Possibilitem às crianças
experiências de narrativas, de apreciação e de interação com a linguagem oral e
escrita, e o convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e
escritos.
· Favoreçam a imersão nas
diferentes linguagens e o progressivo domínio das várias formas das expressões
gestual, verbal, plástica e musical.
5.
ESTRATÉGIAS
· Envio de bilhetinho aos pais, informando
sobre o projeto e solicitando colaboração nas ações desenvolvidas.
·
Rodas de conversa sobre gentileza, com
apoio de gravuras, fantoches e outros materiais.
·
Montagem de painel com regrinhas de
convivência.
·
Brincadeiras (Dado das Emoções, Ursinho, Tartaruga
Cooperativa, Coelho na Toca, Salve-me com um abraço, Enrosca, desenrosca, Dança
da Laranja, Embaixo do Guarda-Chuva, Dinâmica do Abraço, Passeio da Centopeia,
Trenzinho, Pula Pipoca, Corrida dos três pés, Dança das Cadeiras Cooperativa, Corrida
dos Garçons, Espelho, ...)
·
Exibição de vídeos
·
Audição de músicas instrumentais
·
Narrativa de histórias (Coleção Palavras
Mágicas, Fiquei Zangada, Um amor de Família,
A Linda Amizade de Lica e o Pardal, A Galinha Fofoqueira, Abença, Vovó!,
Menina Bonita do Laço de Fita, Rita, não Grita!, A Colcha de Retalhos, Adivinha Quanto eu te
Amo, Aprendo com meus Amigos, O Principezinho Malcriado, Chá das dez, Lindo
Jardim, O Livro dos Sorrisos, Os Dez Amigos...)
·
Massagem relaxante ao som de músicas
suaves
·
Brincadeiras de faz de conta (Salão de Beleza, Casinha, Balançando as
Bonecas...)
·
Produção de desenho/pintura livre (em
duplas, em trios...)
·
Dramatizações
·
Atividades de sensibilização frente ao
espelho
·
Vivências coletivas (banhos de piscina,
cinema, teatro, contações de histórias)
·
Cuidados com o jardim e pequenos animais
·
Envio de sacola com boneca/bichinho de
pelúcia à casa das crianças para que brinquem om os pais/familiares.
6. AVALIAÇÃO
Parecer descritivo das educadoras sobre a evolução
das crianças no que diz respeito à qualidade das interações com o grupo e ao
desenvolvimento da expressão oral. Os registros (escritos e imagéticos) deverão
acontecer durante todo o projeto.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Resolução
Nº 5. Conselho Nacional de Educação. Câmara da Educação Básica. Brasília,
2009.
PIAGET, J. Psicologia
e Epistemologia. Rio de Janeiro: Florense, 1980.
______. O
Juízo Moral da Criança. São Paulo: Summus, 1994.
WALLON, H. A
Evolução Psicológica da Criança. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
VYGOTSKY, L.S. A
Formação Social da Mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos
superiores. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
Nenhum comentário:
Postar um comentário