O CEI Almerinda de Albuquerque desenvolve, no mês de outubro, o projeto Faz de Conta que sou Gente Grande.
1. IDENTIFICAÇÃO
Projeto: Faz de Conta que sou Gente Grande
Período: 05/10/2015 a 30/10//2015
Grupos Envolvidos: Educadoras, crianças e pais do CEI Almerinda de
Albuquerque
2. JUSTIFICATIVA
Para Vygotsky (1998), o lúdico influencia profundamente o desenvolvimento da criança. É por meio da brincadeira
que a criança adquire autoconfiança, tem a curiosidade estimulada, desenvolve a
linguagem, o pensamento e a concentração. Referindo-se ao faz de conta, o autor
considera que, ao reproduzir o comportamento social do adulto, a criança está
combinando situações reais com elementos de sua ação fantasiosa. No faz de
conta, a criança passa a dirigir seu comportamento pelo mundo imaginário, isto
é, o pensamento está separado dos objetos e a ação surge das ideias. Nessa
perspectiva, o jogo simbólico pode ser considerado um meio para desenvolver o
pensamento abstrato. No faz de conta a criança age além do
comportamento habitual para a sua idade e isso, segundo Vygotsky, cria uma zona
de desenvolvimento proximal. A atividade lúdica fornece, pois, ampla estrutura
básica para mudanças da necessidade e da consciência, criando um novo tipo de
atitude em relação ao real.
Observamos,
todos os dias, a alegria das crianças do CEI Almerinda de Albuquerque ao
brincarem com elementos relacionados ao mundo dos adultos: roupas, sapatos,
adereços, maquiagens, objetos cotidianos, etc. Durante o projeto Tem Bicho no Livro, desenvolvemos uma
atividade baseada no livro Gato que
Pulava em Sapato, de Fernanda Lopes de Almeida, na qual as crianças
desfilavam usando sapatos de adultos. O desfile fez tanto sucesso que inspirou
o projeto Faz de Conta que sou Grande,
cujo objetivo é montar cenários que favoreçam a brincadeira do faz de conta, a
fim de que as crianças possam criar e representar personagens (do mundo adulto,
dos contos de fadas...), desenvolvendo a imaginação e a criatividade.
3. OBJETIVOS
· Realizar produções com gestos, sons,
danças, mímicas e dramatizações, construindo sua identidade pessoal.
·
Desempenhar diversos papéis sociais a
fim de buscar a solução de problemas
·
Desenvolver a capacidade de observação e
a criatividade.
·
Construir sua autonomia em diferentes
momentos (higiene, alimentação, troca de roupas, etc.).
4. EXPERIÊNCIAS
Em atendimento ao artigo 9º da Resolução Nº
05/2009 do Conselho Nacional de Educação, durante o desenvolvimento do projeto
serão garantidas às crianças experiências que:
I - promovam o
conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais,
expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da
individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança;
II - favoreçam a imersão
das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de
vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e
musical;
IV - recriem, em
contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas,
formas e orientações espaço temporais;
V - ampliem a confiança e
a participação das crianças nas atividades individuais e coletivas;
VIII - incentivem a
curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o
conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à
natureza;
XII - possibilitem a
utilização de gravadores, projetores, computadores, máquinas fotográficas, e
outros recursos tecnológicos e midiáticos;
5. ESTRATÉGIAS
Conforme
citado anteriormente, serão criados, nos espaços do centro, cenários que
favoreçam a brincadeira de faz de conta. Os elementos utilizados nos cenários
devem ser produzidos com materiais reciclados como caixas de papelão, garrafas
PET e outras embalagens plásticas, etc. Os brinquedos industrializados podem
ser incorporados aos ambientes, quando necessário. Sugere-se a montagem dos
seguintes ambientes:
CENÁRIO
|
SUGESTÕES DE ELEMENTOS PARA O CENÁRIO
|
COZINHA
|
Pia, Fogão,
geladeira, armário, panelas, copos, talheres, lixeira...
|
QUARTO
|
Cama,
edredom, guarda-roupas, malas, bonecas ...
|
SALA
|
Mesa,
cadeiras, toalhas, jarros, aparelho de TV, revisteiro...
|
ÁREA
DE SERVIÇO
|
Pia,
máquina de lavar, varal, prendedores de roupas, cestos, baldes...
|
SALÃO DE BELEZA
|
Mesinhas
em frente aos espelhos, secadores e adereços de cabelo, cestos com esmaltes,
produtos de maquiagem...
|
ESCRITÓRIO
|
Mesa,
computador, canetas, papeis, calculadora, agendas...
|
OFICINA MECÂNICA
|
Carrinhos,
ferramentas de brinquedos, baldes...
|
SUPERMERCADO
|
Prateleiras
com produtos (fantasia), caixa registradora, dinheiro (fantasia)...
|
BRINCADEIRAS QUE PODEM SER PROPOSTAS ÀS CRIANÇAS
·
Cuidar da limpeza da casa, usando kit de limpeza
infantil (vassourinha e pá).
·
Brincar de organizar uma viagem (tirar a roupa dos
cabides e arrumar em malas).
·
Ajudar a preparar um suco para ser servido no lanche.
·
Lavar as
roupas e pendurá-las em um varal.
·
Representar diversas profissões (professora, médico,
fotógrafo, mecânico, palhaço, cozinheiro, manicure, bombeiro, músico, cantor...).
·
Explorar o Baú de Fantasias.
·
Brincar de Família (meninos e meninas podem passear
com roupas e sapatos de adultos, cuidar das bonecas – dar mamadeira, embalar,
pentear, dar banho, trocar fralda...).
·
Confeccionar carrinhos, utilizando caixas de leite
(identificar os carros com pintura do nome)
·
Dirigir
carros de papelão, obedecendo às regras do trânsito (confeccionar Carteira de
Motorista)
·
Tomar banho na piscina, bacia e chuveirão
·
Carregar e Descarregar (Entregar um baldinho a
cada criança. Solicitar que elas carreguem os baldinhos com areia e transportem
para um recipiente demarcado. Também podem ser transportados água, bolinhas de
papel, brinquedos, bolas de gude, etc.
·
Jogo dos Chinelos (O educador pede que as crianças descalcem os
chinelos e coloquem no centro da sala, dentro de uma caixa. Todos devem ficar
na roda, longe da pilha de chinelos. Ao sinal do educador, todos correm,
procuram seus chinelos e calçam o mais rápido possível. Será vencedor o que
conseguir calçar primeiro o seu par de chinelos. Todas as crianças devem ser
aplaudidas em suas tentativas).
·
Mamãe, posso ir? (As crianças ficam ao longo de uma linha
traçada no chão. Uma é destacada do grupo, colocando-se distante (será a “mãe”).
Inicia o jogo com o grupo perguntando “Mamãe, posso ir?”, ao que a “mãe”
responde “Sim”. O grupo pergunta “Quantos passos?”. A “mãe” responde “Dois para
frente, pulando como um sapinho” ou “Cinco passos, devagar como uma tartaruga”
ou “Quatro para frente, pequeninos como uma formiga” ...)
·
Dona Joana (Os participantes se colocam em semicírculo. O
educador começa a brincadeira dizendo “Conhecem a Dona Joana? É uma senhora
(curiosa, nervosa, gulosa, que gosta de pular, de dançar, de brincar, de
rebolar...”). Enumera uma característica de cada vez e a dramatiza, devendo ser
imitado pelas crianças. A brincadeira termina no momento em que o educador diz
“Dona Joana termina o dia exausta e senta para beber água e descansar”.).
OBSERVAÇÕES
·
Convidar alguns pais para conversar com as crianças
sobre o que é ser gente grande e sobre o trabalho que desenvolvem.
·
Selecionar livros que abordem o universo adulto para
a Hora da História (Aninha e João, de
Lúcia Miners e Paula Yne, Gente de Muitos
Anos, de Malô Carvalho, A Cama da
Mamãe, de Ana Maria Machado, Abença,
Vovó, de Domar Vieira, etc.)
6. AVALIAÇÃO
Os educadores devem observar, registrar e refletir
sobre as ações das crianças em cada cenário. É importante destacar se a criança
é capaz de fazer representações sobre representações e como interage durante a
brincadeira (brinca sozinha?, em pequenos grupos?, solicita a presença do
educador?, etc.) As impressões das crianças acerca das atividades propostas
podem ser registradas (texto coletivo tendo o professor como escriba). Sugere-se,
ainda, a produção de fotos e vídeos das experiências.
7.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Resolução
Nº 5. Conselho Nacional de Educação. Câmara da Educação Básica. Brasília,
2009.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e
a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 2003.
VYGOTSKY, Lev Semyonovitch. A formação
social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
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