segunda-feira, 5 de outubro de 2015

FAZ DE CONTA QUE SOU GENTE GRANDE

O CEI Almerinda de Albuquerque desenvolve, no mês de outubro, o projeto Faz de Conta que sou Gente Grande.




1.      IDENTIFICAÇÃO

Projeto: Faz de Conta que sou Gente Grande
Período: 05/10/2015 a 30/10//2015
Grupos Envolvidos: Educadoras, crianças e pais do CEI Almerinda de Albuquerque


2.      JUSTIFICATIVA
Para Vygotsky (1998), o lúdico influencia profundamente o desenvolvimento da criança. É por meio da brincadeira que a criança adquire autoconfiança, tem a curiosidade estimulada, desenvolve a linguagem, o pensamento e a concentração. Referindo-se ao faz de conta, o autor considera que, ao reproduzir o comportamento social do adulto, a criança está combinando situações reais com elementos de sua ação fantasiosa. No faz de conta, a criança passa a dirigir seu comportamento pelo mundo imaginário, isto é, o pensamento está separado dos objetos e a ação surge das ideias. Nessa perspectiva, o jogo simbólico pode ser considerado um meio para desenvolver o pensamento abstrato. No faz de conta a criança age além do comportamento habitual para a sua idade e isso, segundo Vygotsky, cria uma zona de desenvolvimento proximal. A atividade lúdica fornece, pois, ampla estrutura básica para mudanças da necessidade e da consciência, criando um novo tipo de atitude em relação ao real.
Observamos, todos os dias, a alegria das crianças do CEI Almerinda de Albuquerque ao brincarem com elementos relacionados ao mundo dos adultos: roupas, sapatos, adereços, maquiagens, objetos cotidianos, etc. Durante o projeto Tem Bicho no Livro, desenvolvemos uma atividade baseada no livro Gato que Pulava em Sapato, de Fernanda Lopes de Almeida, na qual as crianças desfilavam usando sapatos de adultos. O desfile fez tanto sucesso que inspirou o projeto Faz de Conta que sou Grande, cujo objetivo é montar cenários que favoreçam a brincadeira do faz de conta, a fim de que as crianças possam criar e representar personagens (do mundo adulto, dos contos de fadas...), desenvolvendo a imaginação e a criatividade.


3.      OBJETIVOS

·     Realizar produções com gestos, sons, danças, mímicas e dramatizações, construindo sua identidade pessoal.
·         Desempenhar diversos papéis sociais a fim de buscar a solução de problemas
·         Desenvolver a capacidade de observação e a criatividade.
·         Construir sua autonomia em diferentes momentos (higiene, alimentação, troca de roupas, etc.).



4. EXPERIÊNCIAS
Em atendimento ao artigo 9º da Resolução Nº 05/2009 do Conselho Nacional de Educação, durante o desenvolvimento do projeto serão garantidas às crianças experiências que:
I - promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança;
II - favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical;
IV - recriem, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais;
V - ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e coletivas;
VIII - incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza;
XII - possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores, máquinas fotográficas, e outros recursos tecnológicos e midiáticos;
5.     ESTRATÉGIAS

Conforme citado anteriormente, serão criados, nos espaços do centro, cenários que favoreçam a brincadeira de faz de conta. Os elementos utilizados nos cenários devem ser produzidos com materiais reciclados como caixas de papelão, garrafas PET e outras embalagens plásticas, etc. Os brinquedos industrializados podem ser incorporados aos ambientes, quando necessário. Sugere-se a montagem dos seguintes ambientes:

CENÁRIO
SUGESTÕES DE ELEMENTOS PARA O CENÁRIO
COZINHA
Pia, Fogão, geladeira, armário, panelas, copos, talheres, lixeira...
QUARTO
Cama, edredom, guarda-roupas, malas, bonecas ...
SALA
Mesa, cadeiras, toalhas, jarros, aparelho de TV, revisteiro...
ÁREA DE SERVIÇO
Pia, máquina de lavar, varal, prendedores de roupas, cestos, baldes...
SALÃO DE BELEZA
Mesinhas em frente aos espelhos, secadores e adereços de cabelo, cestos com esmaltes, produtos de maquiagem... 
ESCRITÓRIO
Mesa, computador, canetas, papeis, calculadora, agendas...
OFICINA MECÂNICA
Carrinhos, ferramentas de brinquedos, baldes...
SUPERMERCADO
Prateleiras com produtos (fantasia), caixa registradora, dinheiro (fantasia)...
BRINCADEIRAS QUE PODEM SER PROPOSTAS ÀS CRIANÇAS
·         Cuidar da limpeza da casa, usando kit de limpeza infantil (vassourinha e pá).
·         Brincar de organizar uma viagem (tirar a roupa dos cabides e arrumar em malas).
·         Ajudar a preparar um suco para ser servido no lanche.  
·         Lavar as roupas e pendurá-las em um varal.
·         Representar diversas profissões (professora, médico, fotógrafo, mecânico, palhaço, cozinheiro, manicure, bombeiro, músico, cantor...).
·         Explorar o Baú de Fantasias.
·         Brincar de Família (meninos e meninas podem passear com roupas e sapatos de adultos, cuidar das bonecas – dar mamadeira, embalar, pentear, dar banho, trocar fralda...).
·         Confeccionar carrinhos, utilizando caixas de leite (identificar os carros com pintura do nome)
·          Dirigir carros de papelão, obedecendo às regras do trânsito (confeccionar Carteira de Motorista)
·         Tomar banho na piscina, bacia e chuveirão
·         Carregar e Descarregar (Entregar um baldinho a cada criança. Solicitar que elas carreguem os baldinhos com areia e transportem para um recipiente demarcado. Também podem ser transportados água, bolinhas de papel, brinquedos, bolas de gude, etc.
·         Jogo dos Chinelos (O educador pede que as crianças descalcem os chinelos e coloquem no centro da sala, dentro de uma caixa. Todos devem ficar na roda, longe da pilha de chinelos. Ao sinal do educador, todos correm, procuram seus chinelos e calçam o mais rápido possível. Será vencedor o que conseguir calçar primeiro o seu par de chinelos. Todas as crianças devem ser aplaudidas em suas tentativas).
·         Mamãe, posso ir? (As crianças ficam ao longo de uma linha traçada no chão. Uma é destacada do grupo, colocando-se distante (será a “mãe”). Inicia o jogo com o grupo perguntando “Mamãe, posso ir?”, ao que a “mãe” responde “Sim”. O grupo pergunta “Quantos passos?”. A “mãe” responde “Dois para frente, pulando como um sapinho” ou “Cinco passos, devagar como uma tartaruga” ou “Quatro para frente, pequeninos como uma formiga” ...)
·         Dona Joana (Os participantes se colocam em semicírculo. O educador começa a brincadeira dizendo “Conhecem a Dona Joana? É uma senhora (curiosa, nervosa, gulosa, que gosta de pular, de dançar, de brincar, de rebolar...”). Enumera uma característica de cada vez e a dramatiza, devendo ser imitado pelas crianças. A brincadeira termina no momento em que o educador diz “Dona Joana termina o dia exausta e senta para beber água e descansar”.).
OBSERVAÇÕES
·         Convidar alguns pais para conversar com as crianças sobre o que é ser gente grande e sobre o trabalho que desenvolvem.
·         Selecionar livros que abordem o universo adulto para a Hora da História (Aninha e João, de Lúcia Miners e Paula Yne, Gente de Muitos Anos, de Malô Carvalho, A Cama da Mamãe, de Ana Maria Machado, Abença, Vovó, de Domar Vieira, etc.)
6. AVALIAÇÃO
Os educadores devem observar, registrar e refletir sobre as ações das crianças em cada cenário. É importante destacar se a criança é capaz de fazer representações sobre representações e como interage durante a brincadeira (brinca sozinha?, em pequenos grupos?, solicita a presença do educador?, etc.) As impressões das crianças acerca das atividades propostas podem ser registradas (texto coletivo tendo o professor como escriba). Sugere-se, ainda, a produção de fotos e vídeos das experiências.
7. REFERÊNCIAS

BRASIL. Resolução Nº 5. Conselho Nacional de Educação. Câmara da Educação Básica. Brasília, 2009.
 KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 2003.
VYGOTSKY, Lev Semyonovitch. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.



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